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24 de abril de 2012

Entrevista sem Defeitos - Wander Wildner


Bati um papo com um dos dinossauros do punk brasileiro, Wander Wildner. O cara é uma figuraça. Confere aí a entrevista:
Defeito Crônico - Wander, muito se diz aqui no Brasil que a cena rock atual não chega aos pés daquela vivida nos anos 80. Tu acreditas nisso também? Porque será que a tal liberdade da internet não tem contribuído para levar bandas do underground para o mainstream com maior frequência?
Wander Wildner - Hoje tem muito mais bandas doque nos anos 80. E gosto é gosto não se discute. Porque bandas "underground" estão enterradas, como o próprio termo diz. Eu faço parte de uma cena "alternativa", de artistas e bandas que criam uma outra alternativa, uma outra via, não estou enterrado, estou "overground", e o mainstream não me interessa! 


DC - Você tocou no Lollapalooza Brasil que aconteceu esse ano. Esse festival americano é caracterizado pela mescla de novos e velhos artistas do mundo inteiro. Porque é tão difícil montar algo desse gênero aqui no país? As empresas não tem interesse em patrocinar? Não tem público?
Wander - Existe vários festivais alternativos no Brasil, Abril Pro Rock, Goiânia Noise, Bananada, Morrostock, Psicodália, Demosul, tem a Abrafin o circuito Fora do Eixo... 


DC - Tu vens desde 1996 trabalhando em carreira solo. Isso surgiu como uma necessidade artística? Em que sentido? E de onde veio à ideia desse som mesclado de punk-jovem guarda-brega? 
Wander - Vem das minhas influências, as musicas que ouvia quando criança, na adolescência, até hoje. 


DC - O dvd  ‘Rodando el Mundo’ é um daqueles trabalhos que todo fã de rock deve ter. Como foi reunir todo esse arquivo? Já tinhas isso separado ou foi um árduo trabalho de pesquisa?
Wander - São gravações de shows, videoclipes, programas de tv, imagens que gravei durante as minhas viagens que estou editando e juntando num dvd, coisa bem simples. 


DC - Para finalizar a entrevista. No que tens trabalhado para o futuro? Algum novo disco/dvd? Alguma novidade sonora pela frente?
Wander - Estou trabalhando num álbum com composições do meu amigo Gustavo Kaly e com produção do Arthur de Faria.

24 de novembro de 2011

Entrevista sem Defeitos - Zé do Bêlo


Tive o prazer de conversar dessa vez com um dos ícones porto alegrenses, e hoje residente em Brasília, Zé do Bêlo. Se liga no nosso papo:


Defeito Crônico - Zé do Bêlo é uma personagem ou tem uma pessoa diferente por trás dessa marra? [risos]


Zé do Bêlo - Sim é performance, mas no inicio ninguem percebia, achavam que era um cara, um novo talento que tava surgindo das mazelas da pobreza, eu fazia show na rua, mentia que vinha da favela etc, eu mandava releases mentirosos pra impresna, fiz toda uma armação pra cima da midia na epoca, em 1996, acho que sou bom nesse negocio de marketing.



DC - Tu tens uma imagem bastante relacionada com o jovem porto alegrense. De onde tu buscou influências para encontrar esse estilo malandro sambista do Bomfim?


Zé do Bêlo - Minha juventude desde 18 anos foi no BomFim então lá era meu chão, por isso existe essa influencia, mas BomFim/Porto Alegre não tem samba, lá era rock e punk-rock, eu não sei dizer de onde eu tirei o samba na minha cerreira pois eu era musico de rock na epoca, mas é como se fosse uma coisa espiritual, comecei a aprender as harmonias do Cartola, e fui me identificando, quando vi tava compondo sambas que eu nao tinha como encaixar nas bandas que eu trabalhava, entao criei o personagem pra divulgar esse trabalho. Quando mostrei pro empresario ele disse que parecia Nelson Cavaquinho, mas na epoca eu nao conhecia ainda o Nelson, hoje sou fã do trabalho dele. Mas nos show do Zé do Bêlo nunca teve publico de samba, era galera de rock alternativo que curtia minhas musicas, que não era so samba afinal, tinha muitas baladas falso-liricas, o pessoal das universidades curtia as letras. Mas tinha muita gente que saia indignada, não conseguia entender nada do que eu tava fazendo, e o que eu fazia nada mais era do que hoje se tornou uma febre no Brasil, que é o Stand Up, tem um cara que me disse há pouco tempo: "velho, tu fazia stand up nos anos 90, quando isso só existia nos EUA...". Lembro que quando apareceu o filme O Mundo de Andy, lá por 2002, algumas pessoas me disseram que o personagem era muito parecido com o que eu fazia, em termos gerais, o formato.



DC - E quanto ao humor característico dos teus discos, aconteceu naturalmente? Como flui suas composições (melodias, letras)?


Zé do Bêlo - Minhas composições muitas delas, as mais bem-sucedidas, foram em parceria com os poetas lá de Curitiba, de quando morei lá, de 1992 a 1995, tinha o Marcos Prado, o Maicol Edison e o Cobaia, um pessoal ligado à arte de vanguarda lá nos anos 90, da turma do Retamoso e da agencia OS. Quando voltei pra Porto Alegre comecei a compor em parceria com o saxofonista-compositor King Jim. Naturalmente eu gosto de humor. Aos poucos foram aparecendo outros parceiros de composições. As melodias e harmonias são todas minhas, e algumas letras também. A coisa flui natural, não sei dizer como que é, eu simplesmente vou cantando a letra e já vou arranjando no violão, dependendo da temática eu puxo pro samba ou pra bossa, ou ainda pra uma balada lenta e bem melódica.



DC - Depois de tanto tempo nessa cena underground o que você acredita que melhorou e o que piorou para os artistas?


Zé do Bêlo - O underground é só o que existia pra mim, e eu me criei nesse meio. Mesmo quando me tornei meio pop, quando meu programa na rádio Ipanema fez sucesso, em 2005, e depois quando fiz comerciais na TV pra Ambev/cerveja Polar, em 2006, ainda assim era um pop underground, até porque meu trampo é muito fora do padrão, não é música puramente. Desde o tempo que comecei muita coisa mudou, pois as bandas independentes ficaram grandes, assinaram contratos de lançamento nacional, etc... mas isso não aconteceu comigo, porque gravadoras grandes trabalham com segmentação, e não conseguiriam me vender nem pro publico de samba nem pro público de rock, então eu tomei meu rumo e continuei com minhas coisas no esquema independente.

DC - Quais são os seus projetos atualmente e alguma coisa já encaminhada para o futuro? Algum novo disco?


Zé do Bêlo - O que eu faço e sempre fiz é uma mistura de linguagens, música, performance teatral, comédia, mas acima de tudo é comunicação. Eu, banquinho, o violão, minhas músicas, as letras rebuscadas, a empatia, enfim, faço o melhor que posso. Tô planejando espetáculo em parceria com o conterrâneo Tiago Conte, ator talentoso, humorista, compositor, ele criou o personagem Xexéu do Xaréu, um bêbado dengoso, é engraçado, toca pandeiro e caixinha de fósforo. A gente tá armando uma comédia musical, uma coisa estilo teatro-bar, mas também pra fazer em teatro e auditório. Já trabalhamos antes em outros projetos e sempre foi massa a interação dos personagens, inclusive o Xexéu participava do meu programa de rádio, aos sábados na Ipanema FM. Tenho gravado músicas pra prensar um novo CD também, mas isso eu to fazendo sem pressa, com capricho e naquele esquema independente, sem grana, 0800. Mantenho há 4 anos um site onde ensino a tocar violão por vídeo-aulas, pra quem não sabe é uma mão na roda, clique aqui pra começar a aprender já, é grátis!!



#NP - Zé do Bêlo - A Filha do Sorveteiro


10 de novembro de 2011

Entrevista sem Defeitos - Tonho Crocco

Essa semana a entrevista é com o músico Tonho Crocco que lançou em setembro deste ano o LP 'O Lado Brilhante da Lua'. Nesse ano ele também acabou sendo alvo de um processo movido pelo hoje deputado federal Giovani Cherini contra o rap 'Gang da Matriz', o que acabou gerando uma enorme mobilização no RS e pelo país inteiro.

Confira o papo com o Tim Maia dos Pampas!


Defeito Crônico - O Lado Brilhante da Lua mostra todo o lado samba-rock que tu tens. Mas o título desse disco faz lembrar o “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd. Existe alguma relação artística ou algo do gênero? Quais foram as influências para esse trabalho?
Tonho Crocco -
Além de samba rock, tem soul, r'n'b, música instrumental, afrobeat e samba de raíz nas influências. Gosto da nova geração do soul gringo como Sharon Jones and the Dap Kings e dos brazucas Criolo e Márcio Local. O título é mais uma brincadeira. Pois o DARK tem temática nas letras um pouco depressivas e introspectivas. Meu BRIGHT SIDE é otimista e positivo.

DC - Ao ouvir o disco é notável que você está realmente fluindo em todas as faixas. O som está a cara do Tonho. Como foi o trabalho com Momo King e qual a sensação de ter um trabalho que foi masterizado no místico Abbey Road?
Tonho -
Esse é o melhor elogio que poderia ouvir. Eu sempre tento unir as fontes nos meus trabalhos. E é super difícil fazer tudo caminhar junto. Abri o selo MoMo King Records para lançar meu disco e criei esse alter ego pra dar vazão aos meus produtos e de outros artistas. O Julio Porto, guitarrista da Ultramen que está a 2 anos em Londres, tem feito diversos trabalhos em Abbey Road. Em julho de 2010 passei 2 meses lá e o Julio fez a proposta. Foram 3 dias dentro dos estúdios; o grande trunfo é a qualidade sonora. A masterização foi analógica e o resultado me agradou muito.

DC - O caso de censura do rap Gang da Matriz mexeu com o RS inteiro e até mesmo com o país. Você acredita que isso veio provar que ainda existe a censura no Brasil? Como foi passar por toda essa loucura?
Tonho -
Foi uma tentativa de censura. Intimidar o artista ou cidadão que cobra das autoridades ou manifesta sua indignação contra o sistema é uma forma de tolhimento a anos não usada no Brasil. Foi horrível esse episódio. Tive projeção? Tive, mas preferia que tivesse com a Ultramen, que a 20 anos já fazíamos letras de protesto ou de cunho político, ambiental e social. Em 10 dias o processo foi retirado do Ministério Público devido a opinião pública e as redes sociais.

DC - Ter feito parte de bandas clássicas e grandes como o De Falla e Ultramen é para poucos. Tu ainda fará algo mais voltado para o rock? Algum projeto com estilo diferente?
Tonho -
É difícil dar um rumo a arte. É como uma onda. Ela vem e o cara tem que decidir se vai pra esquerda ou direita. Penso em lançar em breve algo extremamente pesado. Algo entre o tecno-brega e death metal rsrsrsrsrs. Tenho saudades dos meus 18 anos, quando ouvia Sepultura, Slayer e Faith No More. Talvez um caminho mais ROCKER faça eu me transportar para aquela época. Quem sabe...

DC - Indique alguns discos que tu julga serem fundamentais para um fã/iniciante de samba-rock.
Tonho -
Guitarreiro-Luís Vagner
O samba e suas origens-Pau Brasil
Samba esquema novo-Jorge Ben


#NP - Tonho Crocco - Samba da Gamboa


3 de novembro de 2011

Entrevista sem Defeitos - Digão (Raimundos)



A banda de Brasília Raimundos será uma das principais atrações do Festival SWU deste ano. Eles se apresentam no dia 14 de novembro, no palco principal do evento. De acordo com a produção do festival, Raimundos foi a banda mais pedida pelos usuários das redes sociais.


Conversei essa semana com o Digão (vocal/guitarra). Confira o papo abaixo:


Defeito Crônico - Vocês ressurgiram de uma forma espantosa nesses últimos dois anos, justo em um momento em que o rock brasileiro (no mainstream) passou por muita cor e pouco peso. Qual foi o segredo para conseguir destaque novamente?
Digão - Eu creio que foi a perseverança, acreditamos muito no que estamos fazendo, a nossa música nova JAWS nos deu uma segurança e apontou justamente o que ta faltando no cenário do rock brasileiro hoje...


DC -E o lançamento do DVD Roda Viva foi em Porto Alegre por pura coincidência ou por algum motivo especial? E ainda sobre o Roda Viva, qual (ou quais) a diferença desse dvd para aquele lançando em 2000?
Digão - A gente ama tocar em Porto Alegre, ainda mais no Bar Opinião que é um santuário do rock pra gente! E sabíamos que seria importante lançar ali.
A grande diferença desse DVD é que mostra bem o Raimundos, sem firula, pesado, rápido e com uma energia fora do normal. E o som desse DVD supera em muito o MTV Ao Vivo de 2000 que particularmente é o único trabalho do Raimundos que eu não gosto...


DC - A música JAWS realmente caiu no gosto da gurizada roqueira. Quando lançarão um álbum só de inéditas? E se já estão preparando, por favor, fale um pouco de como deve ser esse trabalho.
Digão - JAWS é um divisor de águas, é a 1º música nova que tenho 100% de confiança em ser o recomeço do Raimundos, após a Tour do DVD a gente vai trabalhar no inédito, mas tudo isso é sem datas, pois iremos de acordo com o desenrolar dos acontecimentos. O nosso próximo disco será bem na linha de JAWS, mas tudo pode acontecer dentro dessa banda, não temos limitações musicais, mas sempre o compromisso de fazer algo visceral.

DC - Nos anos 90 vocês foram a banda de rock que mais vendeu no país e tem números surpreendentes até mesmo se compararmos com outras bandas de hardcore pelo mundo. Esse sucesso todo gerou algum desconforto ou um desgaste depois de um tempo dentro da banda? Pequenos desentendimentos acabam virando brigas mais sérias ou coisas do tipo?
Digão - O grande mal do sucesso do Raimundos é não ter tido um planejamento de vida, sempre emendamos um disco no outro mais as tours e isso desgastou as relações, mas tudo na vida tem jeito, só não a morte, e como estamos todos vivos, cada um faz o que acha ser o certo e graças a Deus o Raimundos está dando MUITO certo.

DC - Tem alguma música que vocês já enjoaram de tocar? Essa é uma dúvida que tenho sobre todas as grandes bandas.
Digão - Engraçado, até 'Mulher de Fases' é legal ainda tocar nos shows, o nosso set é muito bom, não nos apoiamos só em hits, tocamos ótimos lados B's e acaba que o show agrada a todos, inclusive a banda... rsrsrs


#NP - Raimundos - JAWS


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