10 de novembro de 2011

Entrevista sem Defeitos - Tonho Crocco

Essa semana a entrevista é com o músico Tonho Crocco que lançou em setembro deste ano o LP 'O Lado Brilhante da Lua'. Nesse ano ele também acabou sendo alvo de um processo movido pelo hoje deputado federal Giovani Cherini contra o rap 'Gang da Matriz', o que acabou gerando uma enorme mobilização no RS e pelo país inteiro.

Confira o papo com o Tim Maia dos Pampas!


Defeito Crônico - O Lado Brilhante da Lua mostra todo o lado samba-rock que tu tens. Mas o título desse disco faz lembrar o “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd. Existe alguma relação artística ou algo do gênero? Quais foram as influências para esse trabalho?
Tonho Crocco -
Além de samba rock, tem soul, r'n'b, música instrumental, afrobeat e samba de raíz nas influências. Gosto da nova geração do soul gringo como Sharon Jones and the Dap Kings e dos brazucas Criolo e Márcio Local. O título é mais uma brincadeira. Pois o DARK tem temática nas letras um pouco depressivas e introspectivas. Meu BRIGHT SIDE é otimista e positivo.

DC - Ao ouvir o disco é notável que você está realmente fluindo em todas as faixas. O som está a cara do Tonho. Como foi o trabalho com Momo King e qual a sensação de ter um trabalho que foi masterizado no místico Abbey Road?
Tonho -
Esse é o melhor elogio que poderia ouvir. Eu sempre tento unir as fontes nos meus trabalhos. E é super difícil fazer tudo caminhar junto. Abri o selo MoMo King Records para lançar meu disco e criei esse alter ego pra dar vazão aos meus produtos e de outros artistas. O Julio Porto, guitarrista da Ultramen que está a 2 anos em Londres, tem feito diversos trabalhos em Abbey Road. Em julho de 2010 passei 2 meses lá e o Julio fez a proposta. Foram 3 dias dentro dos estúdios; o grande trunfo é a qualidade sonora. A masterização foi analógica e o resultado me agradou muito.

DC - O caso de censura do rap Gang da Matriz mexeu com o RS inteiro e até mesmo com o país. Você acredita que isso veio provar que ainda existe a censura no Brasil? Como foi passar por toda essa loucura?
Tonho -
Foi uma tentativa de censura. Intimidar o artista ou cidadão que cobra das autoridades ou manifesta sua indignação contra o sistema é uma forma de tolhimento a anos não usada no Brasil. Foi horrível esse episódio. Tive projeção? Tive, mas preferia que tivesse com a Ultramen, que a 20 anos já fazíamos letras de protesto ou de cunho político, ambiental e social. Em 10 dias o processo foi retirado do Ministério Público devido a opinião pública e as redes sociais.

DC - Ter feito parte de bandas clássicas e grandes como o De Falla e Ultramen é para poucos. Tu ainda fará algo mais voltado para o rock? Algum projeto com estilo diferente?
Tonho -
É difícil dar um rumo a arte. É como uma onda. Ela vem e o cara tem que decidir se vai pra esquerda ou direita. Penso em lançar em breve algo extremamente pesado. Algo entre o tecno-brega e death metal rsrsrsrsrs. Tenho saudades dos meus 18 anos, quando ouvia Sepultura, Slayer e Faith No More. Talvez um caminho mais ROCKER faça eu me transportar para aquela época. Quem sabe...

DC - Indique alguns discos que tu julga serem fundamentais para um fã/iniciante de samba-rock.
Tonho -
Guitarreiro-Luís Vagner
O samba e suas origens-Pau Brasil
Samba esquema novo-Jorge Ben


#NP - Tonho Crocco - Samba da Gamboa


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