SEX PISTOLS - GOD SAVE THE QUEEN:
O ano era 1977 e a rainha Elizabeth II comemorava o seu Jubileu de
diamante (25 anos no trono). Junto com a comemoração vieram dezenas de
homenagens principalmente de artistas ingleses, e os “Sex Pistols”
também resolveram “homenagear” a vossa majestade.
A canção era a personificação do movimento Punk inglês, tratando de
temas como a Anarquia e com frases que marcaram história como “Não há
futuro para a Inglaterra!” e “Deus salve a rainha e seu regime
fascista”, além de várias outras acusações regadas ao sarcasmo típico
da banda que deixavam evidente o sentimento de revolta do proletariado
que sofria uma crise de desemprego, e não aceitava as demonstrações de
riqueza da monarquia enquanto a população sofria.
O single trazendo a música foi o segundo mais vendido no Reino Unido, o
que causou uma onda de acusações por parte de músicos afirmando que a
banda havia sido boicotada e a lista “manipulada” para que “God Save
the Queen” não ficasse em primeiro. Isso, aliado ao fato de ter sido
proibida pela BBC e por muitas emissoras de rádio, colocam “God Save
the Queen” e os “Sex Pistols’ entre as músicas mais controversas da
história do Rock.
THE BEATLES - HELTER SKELTER:
Os Beatles já estavam com a convivência desgastada, quando em 1967 Paul
McCartney leu em uma edição da “Melody Maker” (famosa revista
especializada em música) uma entrevista de Pete Townshend do “The Who”
onde ele afirmava que “I Can See For Miles” era a canção mais alta e
barulhenta que alguém já tinha feito. Ao ler isso Paul achou que a
música era um “barulho organizado” e decidiu criar a sua própria ópera
barulhenta e suja.
Helter Skelter é um nome de um brinquedo que consiste em um tobogã
(famoso escorregador) e foi usado por Paul para dar a ideia de como se
pode ir do topo ao nível mais baixo rapidamente.
A letra da música é difícil de entender, no começo fala sobre o brinquedo em si: "Quando
eu chego ao chão, eu volto para o topo do escorregador, onde eu paro,
me viro e saio para outra volta até que eu volte ao chão e te veja
novamente." Visto por esse lado a música não é nada polêmica, o
problema é que o famoso Serial Killer Charles Manson interpretou os
Beatles como “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse” e acreditava que a
música anunciava uma futura guerra racial. Entre os dias 9 de agosto e
10 de agosto de 1969, a "família Manson" cometeu duas chacinas em
Hollywood e escreveu nas paredes "Helter Skelter" com o sangue das
vítimas. Durante o julgamento de seus crimes, em novembro de 1970,
Manson explicou sua interpretação de "Helter Skelter" na corte: "Helter
Skelter significa confusão. Literalmente. Não significa Guerra com
ninguém. Não significa que eles irão matar outras pessoas. Apenas
significa o que significa. Helter Skelter é confusão. Confusão está
vindo rápido. Se você não vê que a confusão está vindo rápido, chame do
que quiser. Não é minha conspiração, não é minha música. Eu escuto o
que relato. Ela diz, ‘Apareça!’ ela diz, ‘Mate!’ Porque me culpar? Eu
não escrevi a música. Eu não fui a pessoa que projetou isso na
consciência das pessoas.
BODY COUNT – COP KILLER:
Body Count é uma das bandas que geralmente figura nas listas de
“Melhores bandas pouco conhecidas”. A banda surgiu como um projeto
paralelo do rapper Ice-T e tinha como proposta trazer as letras que
tratavam de violência e desigualdade social típicas do Rap para o Rock,
com uma pegada bem punk Rock.
Com uma proposta dessas era de se esperar que a banda criaria polêmica,
mas ninguém imaginava que seria tanta polêmica como a alcançada pela
música “Cop Killer”. A letra da canção contava a história de um jovem
que, cansado da violência policial, decide tomar medidas mais drásticas
e atacar oficiais da polícia e como qualquer banda Punk traz um
vocabulário pesado e direto como na intro: “Eu ponho minha camisa
preta/ Eu ponho minhas luvas pretas/ Eu ponho minha touca preta/ Essa
merda já durou muito/ Eu pego minha calibre doze cerrada/ Eu desligo os
faróis do carro/ Estou para dar uns tiros/ Estou para mandar uns
'polícias' pra vala".
A música foi duramente criticada por autoridades de altíssima patente,
incluindo o então presidente George Bush (pai) e seu vice Dan Quayle, e
quando Ice-T percebeu que a polêmica sobre a música havia ultrapassado
o verdadeiro interesse sobre a letra decidiu relançar o álbum “Body
Count” sem a música, e lançá-la como um single separado.
OZZY OSBOURNE – SUICIDE SOLUTION:
Bon Scott, do AC/DC deixou o mundo de luto com a notícia de sua morte,
então era de se esperar diversas homenagens por outros artistas, e
quando Blizzard of Ozz foi lançado trouxe a homenagem de Ozzy Osbourne,
mas não foi bem assim que algumas pessoas entenderam a música.
A música tratava do alcoolismo, mas alguns versos em especial foram tratados como um incentivo ao suicídio: “Faça
sua cama/ descanse sua cabeça/ Mas você se deita ali e se lamenta/
Onde se esconder?/ Suicídio é a única saída/ Você não sabe sobre o que
realmente é...”
A controvérsia começou com o título da música, o “Solution” foi tido
por muitos como uma afirmação de que o suicídio seria a solução, mas na
verdade significava “solução” como uma mistura de substâncias que
poderia levar ao suicídio. Para aumentar ainda mais a polêmica sobre a
música, John McCollum e Eric A. (dois adolescentes fãs da banda) se
mataram com tiros na cabeça e seus pais acusavam a canção de ter sido
um dos incentivos para tal ato. Tendo a família do primeiro, inclusive,
processado Ozzy, que teve que explicar a letra da música nos
tribunais.
KINGSMEN – LOUIE LOUIE:
Talvez a canção mais antiga a causar polêmicas no Rock’n Roll, foi
escrita em 1956 e gravado por “Richard Berry & The Pharaohs” num
ritmo Rhythm and Blues para o lado B do single "You are my sunshine" em
um ritmo de Calypso e passou desapercebida na época.
Mas foi no início da década de 60 que a música começou a ser revivida e
regravada por algumas bandas de pouca expressão, até que em 1963 a
banda “Kingsmen” (uma das precursoras do Garage Rock) regravou a canção
e foi responsável pela explosão da música, tanto que na década de 90
foi estimado que haviam mais de 1200 regravações por bandas diferentes.
A letra em si não é controversa, trata de um marujo jamaicano, que em
uma mesa de bar explica ao barman que vai encontrar sua ex-namorada a
todo custo. Mas como parte da letra era ininteligível, pouco tempo
depois a música foi acusada de obscenidade e estudada pelo FBI, mas o
inquérito acabou “inocentando a letra”.
RAUL SEIXAS – SOCIEDADE ALTERNATIVA:
O poeta brasileiro, Raul Seixas, foi definitivamente uma das vozes que
mais se opôs ao regime da ditadura no Brasil, e "Sociedade Alternativa"
sem dúvidas foi o auge de sua carreira. Aleister Crowley foi uma das
personalidades que mais influenciou bandas e artistas de Rock, e não
foi diferente com Raul. E a sociedade era a utopia criada por Raul
baseada na ordem O.T.O., seguidora dos seguimentos de Crowlei, e que
Raul definiu perfeitamente em Novo Aeon: "Sociedade alternativa,
Sociedade novo Aeon, É um sapato em cada pé, É direito de ser ateu, Ou
de ter fé, Ter prato entupido de comida, Que você mais gosta, É ser
carregado, ou carregar gente nas costas, Direito de ter riso de prazer,
E até direito de deixar, Jesus Sofrer".
Isso era uma afronta ao regime ditatorial vigente no Brasil, tanto que
em 1974 Raul e Paulo Coelho receberam um convite do porta-voz do
general Ernesto Geisel que dizia querer maiores informações sobre a
Sociedade Alternativa, já que o governo acreditava que a música
realmente tratava de uma sociedade secreta, algo que não era realidade.
Raul fez contatos com diversos assessores do governo militar, e o
resultado dessa confiança traduziu-se em buscas ilegais em seus
apartamentos, prisão e posterior exílio nos Estados Unidos. Os jornais
da época falavam que Raul tinha ido para os Estados Unidos bater um
papo com John Lennon. A história do exílio só estourou nos anos 80,
quando se podia falar um pouco do que aconteceu na época.
Hoje a música é vista como um verdadeiro hino do Rock Nacional, e
continua trazendo a sensação utópica de uma sociedade onde a liberdade
seja completa.
THE BEATLES – LUCY IN THE SKY WITH DIAMONDS:
O “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” é tido até hoje como um dos
maiores álbuns da história da música, e ele também teve seu lado
polêmico com “Lucy in The Sky with Diamonds”. A versão original é que
John Lennon teve a ideia para a música após observar um desenho feito
por seu filho que ele chamou de “Lucy no céu com diamantes”. Lennon
achou o desenho bastante colorido e viu que ele se encaixava na ideia do
seu novo álbum, ou seja, era algo psicodélico e inovador.
As polêmicas começaram após o lançamento do álbum, muitos acusavam de
ser uma apologia às drogas, primeiramente as inicias do titulo que
formavam a palavra LSD. Além disso a letra da música era “diferente”
por ser extremamente psicodélica e muitos tomaram ela como uma
descrição de uma viagem em ácido. Para completar, o clipe da música só
engrossou as teorias.
Apesar de nunca ter sido provado, a BBC e dezenas de rádios na época
tiraram a música de sua programação, mas isso não impediu a canção de
ser aclamada pelo publico e pela critica e de se tornar um marco tanto
na carreira dos Beatles como do Rock em geral.
SLAYER – ANGEL OF DEATH:
Um dos clássicos da banda de Thrash-Metal Slayer, "Angel of Death" foi
lançada no álbum “Reign in Blood” de 1986. A música foi escrita por
Jeff Hanneman, guitarrista da banda, e trata de Josef Mengele, médico
do regime nazista que foi o responsável por diversas mortes e
experimentos doentios no campo de concentração de Auschwitz, naquele
que se tornaria o período mais obscuro da humanidade.
Jeff escreveu a música enquanto estava em turnê com o Slayer e declarou
como surgiu a inspiração para a canção: “Eu me lembro de parar em
algum lugar e comprar dois livros sobre Mengele. Eu pensei: 'Isso é uma
coisa doentia', então quando chegou a hora de gravar para o álbum
aquilo ainda estava na minha cabeça – foi daí que veio 'Angel of
Death'".
"Angel Of Death" trazia frases fortes como: “Destruindo, sem piedade/ Ao benefício da raça Ariana” e “Patéticas vítimas inofensivas/ Abandonadas para morrer/ Podre anjo da morte/ Voando livremente”,
e quando tirada do contexto (que deveria ser de repúdio para com os
atos de Mengele) muitas pessoas começaram a afirmar que a banda era
Nazista e a música era um tributo a Mengele.
MARYLIN MANSON – GET YOUR GUNN:
Manson sempre foi um artista polêmico, que por várias vezes chegou a deixar sua vida pessoal sobressair sobre sua música, graças a várias lendas sobre sua figura, como a de que ele havia tirado uma de suas costelas cirurgicamente para poder praticar sexo oral em si mesmo. E as polêmicas começaram cedo, logo em seu primeiro single para ser mais exato, "Get Your Gunn" foi lançado em 1994 e foi inspirado no assassino Michael Frederick Griffin, que em 1993 assassinou David Gunn por ser contra as operações que ele realizava em seu consultorio.
Manson sempre foi um artista polêmico, que por várias vezes chegou a deixar sua vida pessoal sobressair sobre sua música, graças a várias lendas sobre sua figura, como a de que ele havia tirado uma de suas costelas cirurgicamente para poder praticar sexo oral em si mesmo. E as polêmicas começaram cedo, logo em seu primeiro single para ser mais exato, "Get Your Gunn" foi lançado em 1994 e foi inspirado no assassino Michael Frederick Griffin, que em 1993 assassinou David Gunn por ser contra as operações que ele realizava em seu consultorio.
A canção também traz gravações da conferência onde o político Budd
Dwyer se suicida em frente as câmeras após discursar, incluindo o som
do tiro que o matou. Como se isso não fosse o bastante ainda foi
divulgado pela imprensa (erroneamente) que os dois garotos que
cometeram o famoso massacre na escola de Columbine eram fãs de Manson e
que a música os inspirou a cometer tal ato.
GUNS N' ROSES – ONE IN A MILLION:
"One in a Million" é a 8ª música do "GnR Lies" de 1988, e se destaca
não só por suas muitas polêmicas mas também pelo fato de ter sido uma
das primeiras canções escritas completamente por Axl Rose, sem a
participação de nenhum outro integrante da banda.
Antes do lançamento de Lies, os membros da banda tentaram inutilmente
convencer Axl a retirar a música do album, e Axl não só não aceitou
como ainda pôs na contra-capa uma manchete de jornal falsa assinada por
ele mesmo onde em tom de brincadeira criticava a música, uma previsão
do que realmente aconteceria já que a cançõa foi acusada de ser
homofóbica, além de atacar policiais e imigrantes, e foi muito mal
recebida pela critica e por críticos em geral.
Axl defendeu a música dizendo que não era homofóbico e citou como seus
ídolos Freddie Mercury e outras personalidades assumidamente gays.
Algum tempo depois assumiu que o verso mais controverso da música - “Imigrantes
e bichas/ Não fazem sentido para mim/ Eles vem para nosso país/ E
acham que podem fazer o que quiserem/ Como começar um mini Iran/ Ou
disseminar doenças horríveis/ Eles falam de tantas malditas maneiras/ É
tudo grego para mim” - não eram necessários e realmente foram pesados demais, apesar de continuar defendendo que eles foram mal interpretados.
IRON MAIDEN – THE NUMBER OF THE BEAST
O álbum “Number of the Beast” foi o responsável por firmar o Iron Maiden
na cena Heavy Metal, principalmente pela faixa título, que se tornaria
um verdadeiro marco do Rock. A música foi muito bem recebida pelo
público (tanto que é obrigatória nos shows da banda até hoje), mas
também foi atacada por diversos grupos religiosos pela letra que já
começava pelo titulo: “O numero da besta”.
A canção fez o grupo ser acusado de satanismo, o que influenciou grupos
religiosos a queimar o disco da banda e organizar vários protestos
durante a turnê de lançamento do álbum. O clipe também foi editado, e
quando era exibido na MTV, o mascote da banda, Eddie, era cortado do
final da música.
Os músicos sempre defendiam a canção dizendo que ela era uma espécie de
literatura de alguém que está observando a história, e não tinha uma
conotação satanista. Algo que é claramente observado no verso: “Isto não pode continuar, devo informar a lei/ Pode ainda ser real, ou apenas um sonho louco?”,
mas mesmo assim, as acusações continuam e até hoje muita gente usa
ela, o mascote Eddie e outras canções para classificar o Maiden como
“uma banda do demônio”.
ROLLING STONES – SYMPATHY FOR THE DEVIL:
Em 1968 os Stones se firmavam de vez na história da música com o álbum
Beggars Banquet, e logo na primeira faixa já tínhamos a canção que foi
de longe a mais polêmica da banda. Escrita por Jagger sobre o nome
inicial de “The Devil Is My Name” ela traz a narrativa em primeira
pessoa do ponto de vista do próprio Lucifer.
A música trazia uma sonoridade diferente, trazendo um riff que lembrava
muito o ritmo do Funk (o verdadeiro, não o dito carioca. Caso não
conheça, sugerimos que pesquise para saber a diferença. Nota deste
blog), e a letra consistia em Lucifer relatando de forma narcisiva seus
feitos durante a história da humanidade. Com versos como: “E eu
estava por lá quando Jesus Cristo teve seu momento de dúvida e dor/
Certifiquei-me de que Pilatos lavasse suas mãos e selasse seu destino”, e “Estava
por perto de São Petersburgo quando vi que era a hora de uma mudança/
Matei o Czar e seu ministros, Anastásia gritou em vão”.
A canção também trazia referências diretas aos assassinatos dos
Kennedys, e fez com que a banda fosse acusada de incitação à Magia
Negra, e muitos inclusive diziam que a letra era uma espécie de
“admiração ao demônio” o que causou o boicote de várias emissoras de
rádio.
Um comentário:
Legal o post...acho q as músicas dozem oque parece, por mais que os autores delas tentem enrolar e dizer q não.
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