31 de março de 2014

A arte de Hanna Barbera


Para a maioria de nós, o mundo da animação continua a existir na memória. Não importa quantos anos possam se passar. Ainda podemos recordar vividamente aqueles momentos mágicos quando figuras animadas ganhavam vida própria.

Na sala de um cinema lotado, nossos barulhentos e festivos amigos se regozijavam quando o rato iludia o gato. Olhos arregalados, quando os heróis e heroínas do reino dos contos de fadas dançavam diante de nós.

Na sala de estar, gargalhadas e mais gargalhadas quando um desembaraçado urso, com um chapéu em forma de torta, surrupiava outra cesta de piquenique. Ou quando um inocente morador de subúrbio, em pele de leopardo, berrava por outro plano fracassado.

Não são meramente desenhos e croquis. Mesmo brotando da imaginação de ilustradores, animadores, atores e diretores, eles residem em um canto das nossas mentes, tão reais quanto nossos vizinhos da porta ao lado.

Dois homens de estilos e temperamentos amplamente diferentes, transformaram um sonho em um império. Fizeram sucesso ao unir suas aspirações e seus talentos, criando 2 décadas dos clássicos desenho Tom & Jerry. Adquiriram assim, um grande domínio em criar desenhos animados para TV, chegando até os mais longínquos cantos do globo.

Joseph Barbera, o artista de New York e sua caneta rápida sempre a mão. William Hanna, um cara de fala mansa, do meio oeste com uma habilidade prodigiosa como empreendedor. Fundaram a HB Productions, uma empresa que o programa 60 minutos, um telenoticiário da CBS chamou de a GM da animação.

Independente de sua longevidade como uma equipe, Hanna Barbera conquistou seu status como uma história americana de sucesso, numa época em que a animação para televisão era considerada nada realista e contraproducente. Desenvolveram e aperfeiçoaram suas técnicas. Tornaram possível produzir um grande número de desenhos animados todas as semanas.

Várias gerações de jovens dos anos 60 desenvolveram uma crescente parcela de afeição e entusiasmo por um destemido urso do parque Jellystone. Não é exagero declarar que Bill Hanna e Joe Barbera mudaram para sempre a face da nossa TV.

Desenvolveram uma nova forma de humor que condizia com os menos pacientes e mais bem informados. Rápido, básico e sem enfeites, eles projetaram as sutilezas da animação com muita sátira e vários truques. Hanna Barbera sentiu que os jovens e seus "pais" que assistiam a Dom Pixote respondiam apreciativamente, e aqueles que usavam o imaginário ao assistir Pepe Legal reconheciam sua alegre sátira às trama de faroeste concebidas pelos produtores de filmes. Encontraram mais motivos para rir das artimanhas dos suburbanos da Idade da Pedra Fred e seu amigo Barney, cujas vidas tão coincidentemente fariam com que eles se espelhassem no século XX.

Quando é que a magia começou? Em que momento no tempo aqueles dois homens de experiências completamente diferentes iniciaram uma parceria criativa que sobreviveu por meio século?

Por sua própria conta, nenhuma faísca centelhou, nenhuma chama iluminou os céus, quando eles se encontraram pela primeira vez em 1937 no novo departamento de desenhos animados da MGM. Havia respeito mútuo e admiração, mais nada.

Com o passar de um ano, sentaram–se em carteiras frente a frente e mesclaram seus talentos para criar a estória de um gato chamado Tom e um pequeno, mas porém esperto, rato chamado Jerry. O resto é animação e a magia, que se estenderam por duas décadas.

Mais tarde se transformou num mundo de desenhos, habitado por personagens como Dom Pixote, Zé Colmeia, Fred Flintstone, Wally Gator, Touché, Matraca Trica, Os Impossíveis, Manda Chuva, Pepe Legal, Penélope Charmosa, e muito, muito, muito mais!!!

(Texto extraído do livro
The Art of Hanna Barbera
by Ted Sennett
tradução: Rodrigo Palhares)

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